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sábado, 15 de maio de 2010

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HERÁLDICA DO SOBRENOME “PEREIRA”

Linhagem das mais nobres de Portugal, embora o apelido esteja muito vulgarizado. Pretendem os genealogistas que ela provém de D. Mendo, irmão de Desidério, último rei dos Longobardos, o qual veio da Itália com poderosa armada para conquistar o reino da Galiza e ser seu soberano, intento que se frustrou por causa de uma grande tempestade no cabo de Piorno, salvando-se só cinco cavaleiros com os quais, no ano de 740, aportou à Galiza. Reinava então D. Afonso I em Leão, a quem ficou a servir e na Espanha casou com a condessa Dona Joana Romais, que alguns dizem não chegou a receber, filha do infante D. Romã o Bermudes, irmão legítimo do rei de Leão, D. Fruela I, como escrevem.

Deste D. Mendo foi filho D. Froia Mendes, bom cavaleiro, que se casou com Dona Grixivera Álvares das Astúrias, de quem teve D. Bermudo Forjaz, que sucedeu nas terras da Trastâmara a seu pai, foi conde e casado com Dona Aldonça Rodrigues, sua prima, filha de D. Rodrigo Romais, conde de Monterroso, irmão de sua avó Dona Joana Romais.

Deles nasceu, entre outros, D. Rodrigo Forjaz de Trastâmara, que não foi conde, guerreiro valoroso que combateu os mouros no tempo de D. Fernando, rei de Leão, e que, na ocasiã o em que este monarca repartiu o reino pelos filhos, seguiu o partido de D. Garcia, rei da Galiza e de Portugal, com quem esteve na batalha de Água de Maias, onde ficou muito ferido. Prendeu, assim mesmo, na batalha de Santarém, o rei D. Sancho, que entregou a seu irmão D. Garcia, e, depois da entrega, morreu.

De sua mulher, Dona Moninha Gonçalves, filha de D. Gonçalo Mendes da Maia e de sua mulher, houve D. Froia Bermudes, que sucedeu ao pai na sua casa e se recebeu com Dona Elvira Gonçalves, filha de Gonçalo Munhoz de Vila-Lobos, o Despinhado, de quem teve D. Rodrigo Forjaz de Tratâmara.

Este sucedeu em todas as terras paternas, achou-se na batalha das Navas de Tolosa com o rei D. Afonso VII, pretou grandes serviços ao rei D. Fernando, tomou Sevilha e, por seu conselho, este prí ncipe se apossou de muitos lugares dos mouros. Por se malquistar com Diogo Lopes de Biscaia, passou a França, onde o rei o fez seu conselheiro e lhe deu vários empregos. Sabendo o rei D. Fernando o grande apreço em que o tinha o rei de França o chamou para junto de sí e lhe fez muitas mercês e concedeu honras. Foi casado com Dona Urraca Rodrigues de Castro, filha de D. Rodrigo Fernandes de Castro o Calvo, rico-homem, senhor da casa de Castro, e da condessa Dona Estevainha Pires de Trava.

Nasceu deste matrimónio, entre outros, D. Gonçalo Rodrigues, de Palmeira, rico-homem, que por diferenças que teve com seu sobrinho D. Álvaro Pires de Castro, no tempo do rei D. Fernando o Santo, a quem serviu, veio para Portugal, onde reinava D. Sancho I, que lhe deu por seus serviços o couto de Palmeira, na província de Entre Douro-e-Minho, junto do rio Ave, e em virtude deste senhorio se chamou "de Palmeira". Gonçalo Rodrigues, em 1177, com a confirmação de seus filhos Fernão Gonçalves e Gonçalo Gonçalves, doou o mencionado couto aos cônegos de Landim, que nele fizeram uma grande quinta. Foi muito pundonoroso, pelo que, dizendo-lhe D. Guterre de Castro que mentira no que afirmara a seu sobrinho D. Álvaro à cerca da partilha dos bens que haviam conquistado e costumavam dividir com os soldados, lhe deu tamanho golpe de espada num ombro que o partiu de alto a baixo, até à cintura. Recebeu-se D. Gonçalo Rodrigues duas vezes: a primeira com Dona Froilhe Afonso, filha do conde D. Afonso de Cela Nova, irmão de S. Rosendo, da qual teve filhos, e, entre eles, D. Rui Gonçalves de Pereira; e a segunda com Dona Urraca Viegas, viúva do conde D. Vasco Sanches e filha de D. Egas Moniz de Riba de Douro, aio do rei D. Afonso Henriques, e de sua mulher Dona Teresa Afonso, de cujo matrimónio também ficou geração.

D. Rui Gonçalves de Pereira foi rico-homem e tomou o apelido de uma quinta que possuiu junto do rio Ave. no couto de Palmeira, freguesia de S. Pedro Fins, onde houve uma torre de que existiam ruínas no princípio do séc. XIX. Esteve com seu pai em muitas batalhas e teve o castelo de Lanhoso. Casou a primeira vez com Dona Inês Sanches, que se enamorou de um frade do mosteiro de Bouro, a qual entava então no castelo de Lanhoso e aí meteu o dito frade. D. Rui Gonçalves, que estava fora do castelo, ao saber do sucesso, voltou a ele, fechou-lhe as portas, deixando dentro tudo o que lá se achava, inclusive o frade, criados e animais, e deitou-lhe o fogo. Como algumas pessoas o censurassem, dizendo-lhe que os cridos poderiam morrer inocentes, ele respondeu-lhes que havia dezessete dias que o frade se encontrava dentro do castelo, porquanto era impossível ignorarem-no durante tanto tempo e que a todos julgava cúmplices, pois nenhum o avisara do sucedido. Recebeu, em segundas núpcias, Dona Sancha Henriques de Portocarreiro, filha de D. Henrique Fernandes Magro, segundo senhor do couto de Portocarreiro, por sua mulher, Dona Ouroana Reimondes de Portocarreiro. Deste casamento houve filhos, pelos quais se propagou o apelido de Pereira, que cedo perdeu, que cedo perdeu a preposição indicativa de origem geográfica.

O quinhentista João Rodrigues de Sá deixou duas quintilhas dedicadas aos Pereiras, que são as seguintes:

«A veera cruz verdadeyra, / par joya de nosso tesouro / par que apareceu oo rrey Mouro / per milagre na pereyra, / da vytoria certo agouro. / Em tytolo de valya / florece oje este dia / antre a montanha & o mar / antre Cambra, Feyra e Ouar / terra de Santa Maria.»

Igualmente cantou a excelência desta linhagem o grande genealogista Manuel de Sousa da Silva, nos versos:

«Em o couto de Palmeira / Foi seu primeiro solar / Depois se veio a mudar / para a quinta de Palmeira / Em ser mui do Ave a par.»

As armas dos Pereiras são as que seguem: de vermelho, cruz florida de prata, vazia do campo. Timbre: cruz de vermelho, florida e vazia, entre duas asas de ouro ou de prata; e, também, cruz florida de vermelho, entre duas asas de ouro.
Fonte: Dicionário das famílias brasileiras.

Marco Tulio Pettinato Pereira

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