Era no tempo das viuvinhas,
das celestes,
e dos bicos-de-lacre,
era no tempo
das mangas, dos cajus,
e das múcuas dos imbondeiros...
Dos gafanhotos zunindo e
mostrando as asas laranja,
Das pedras quentes e
da água morna
Nos pés descalços
e sofridos
do quissonde
e das bitacaias,
extraidas a
petróleo
Era no tempo das gaiolas de bambu
e das incursões ao Roseiral,
à Mabor e ao Kalemba
Era no tempo de menino
da Luanda de Antigamente...
.
.
N'gola Gomes (Renato)
in "poesia incontinente"
PV 2008-07-08
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